Você é Membro ou Discípulo?

“E isso para que vocês vivam de maneira digna do Senhor e em tudo possam agradá-lo, frutificando em toda boa obra, crescendo no conhecimento de Deus” Cl 1:10

 

Mateus 28.18-20

18 Então, Jesus aproximou-se deles e disse: “Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra.

19 Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo,

20 ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos”.

 

Introdução

Pense comigo, que intenção Jesus tinha quando escolheu seus discípulos? 

O que tinha em mente quando os ensinava, compartilhava experiências? 

Qual a expectativa que tinha com cada um deles? 

 

Essas respostas são importantes porque tais expectativas e propósito são investidos em nós atualmente, afinal, hoje somos seus discípulos, os responsáveis por acolher, defender e compartilhar seus ensinos. 

 

Então gostaria que você respondesse com toda franqueza, você tem feito um bom trabalho? Tem sido um bom discípulo? 

 

As últimas pesquisas feitas pelo IBGE mostram um crescimento sólido de evangélicos no Brasil, só no ano de 2020 trezentas novas igrejas FORAM ABERTAS POR DIA no nosso país, um dado que poderia nos deixar extremamente felizes. 

 

Porém, esse crescimento não vem acompanhado de uma mudança significativa no contexto da nossa sociedade. Divórcios, corrupção, escândalos, ideologias diabólicas e uma violência desenfreada nos assustam e mostram que o evangelho não tem causado o impacto esperado na nossa cidade, revelando que a nossa nação está com a mente e o espírito adoecidos. 

 

Se temos tantos discípulos de Jesus, por que a sociedade não muda? Pior, por que alguns deles estão envolvidos nessas práticas? 

 

Porque com o passar do tempo o termo Discípulo perdeu o sentido bíblico e aos poucos foi se condicionando à realidade religiosa das denominações, mas antes de seguir reflita nestas perguntas: 

 

Você é um discípulo?

Você sabe qual é o propósito do discípulo?

Você tem cumprido esse propósito?

 

Estrutura e Essência

Quando os discípulos voltaram do Getsêmani não tinham nada senão duas coisas:

 

  1. a) Os ensinos do Mestre;
  2. b) Uma missão a cumprir (At 1.8). 

 

É preciso lembrar que eles não tinham igreja, estrutura eclesiástica, um local definido de reuniões, e tampouco um planejamento de como iriam cumprir a ordem de Jesus uma vez que o Mestre não estaria mais entre eles. 

 

Mas o desejo de cumprir a missão e a ajuda e a atuação de Deus foram suficientes para que a mensagem se multiplicasse e chegasse até nós, e o fato de você estar lendo este texto, prova que a estratégia adotada por eles deu certo e a essência do evangelho venceu todas as barreiras e se consolidou no mundo inteiro. 

 

Com o passar dos séculos a Igreja foi criando ESTRUTURAS, meios pelos quais a mensagem pudesse ser propagada, como por exemplo nossas programações, departamentos, congressos, eventos e organismos em geral para o cumprimento da missão.

 

Salta aos olhos a intervenção recorrente de Deus no processo de crescimento. Em todos os momentos em que a Igreja estava diante de um obstáculo, Deus lhe oferecia uma ferramenta para superar a dificuldade e a igreja continuava crescendo. 

 

Essas estruturas seriam o trilho sobre o qual a essência do evangelho caminhava, fazendo com que a mensagem de Jesus fosse além das terras conhecidas daquele tempo. 

 

Porém, em algum momento da história, algumas denominações inverteram o processo e colocaram a estrutura em evidência e deixaram a essência em segundo plano (Ap 2.4,5) concentrando suas ações a Igreja e a seus oficiais. 

 

As normas e o tradicionalismo exagerado se impuseram colocando a missão e os ensinos do Mestre em segundo plano, criando-se a CULTURA INSTITUCIONAL, onde a estrutura normatiza a conduta do organismo. 

 

Em síntese, é a ideia que é preciso criar regras para que as pessoas cumpram algo que seria da mentalidade regenerada do discípulo.

 

Religiosidade e o dano da Fé

 

As estruturas, mesmo sendo boas, foram domesticando o ímpeto do discipulado e aos poucos alguns cristãos foram se acomodando e ao invés de usar a estrutura como ferramenta para crescer, sentaram nela e deixaram de ser combativos. abandonando a arena de batalha contra o diabo (Mt 16.18; Lc 11.21-23; Mt 10.34-39), limitando-se a serem frequentadores de culto. 

 

Podemos ver na prática que isso produziu uma cultura de Igreja que criou a figura do MEMBRO de Igreja, posição que dá a ideia enganosa de que já foram cumpridas as etapas propostas pelo Mestre para a salvação (Mt 3.1,8; Lc 9.23-26), gerando uma religiosidade que produz a falsa sensação de salvação e crescimento espiritual. 

 

A figura do “MEMBRO DE IGREJA” é icônica pois absorve muito bem o conceito da religiosidade institucional, vejamos no quadro abaixo:

 

MEMBRO

Conversão e Batismo – Encerra um ciclo, sensação de missão cumprida.

Vida Devocional – Limita-se às atividades da Igreja, não busca crescimento fora.

Comprometido – Consigo mesmo, não tem senso de comunidade, apenas frequenta os cultos e não serve na Igreja.

 

DISCÍPULO

Conversão e Batismo – Inicia o ciclo da vida cristã.

Vida Devocional – Tem responsabilidade pessoal de crescimento.

Comprometido – Com a comunidade em compartilhar a mensagem, ganhar e discipular outros.

 

O Discípulo é um imitador de Jesus Cristo

Uma olhada mais detalhada no evangelho vai nos mostrar que Jesus investiu a maior parte do seu tempo com os discípulos (Mc 3.7; Jo 11.54; Lc 11.1). Ele a todo momento os instruía, lhes provocava ações, sempre direcionando a um caminho de crescimento para o cumprimento da missão que estava porvir. 

 

Esse processo, com o passar do tempo, foi fazendo com que os discípulos se tornassem semelhantes a Ele, o que na verdade é o processo natural do discipulado quando encarado de maneira sincera e corajosa (Fp 3.17,18).

 

Mais que isso, além de parecerem com o Mestre, os discípulos absorveram o amor e o desejo de proclamar a mensagem do arrependimento e salvação e motivaram outros a ter esse mesmo impeto de viver a vontade de Deus e implementar Seu Reino. 

 

Tanto que os primeiros discípulos que foram chamados de cristãos são os de Antioquia, ou seja, pessoas que receberam a mensagem dos discípulos e replicaram a tal ponto de serem chamadas “pequenos Cristos” (At 11.26).

 

Conclusão

Ser discípulo vai além de pertencer a uma denominação ou ter uma carteira de membro. É um processo contínuo de crescimento espiritual evidenciado numa vida de devoção a Deus, produzindo frutos espirituais que influenciarão os perdidos a uma vida com Cristo. 

 

Você precisa ser assim; deixar Cristo crescer dentro de você a ponto de transbordar e revelar através da sua vida os valores, caráter e convicção do reino do nosso Senhor e Mestre Jesus. 

 

Fazendo assim, você desfrutará da companhia do Senhor e muitas pessoas verão Jesus Cristo através da sua vida e buscarão o mesmo Deus a quem você serve!



Deixe um comentário

Rolar para cima